segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

Reflexão: Renovação

https://contribuirparaaprendizagem.blogspot.com/2016/12/renovacao.html

Escolhi, como encerramento do EIXO VIII, refletir sobre a evolução das minhas concepções individuais no decorrer do curso PEAD com a postagem que fiz sobre "Renovação"(link em anexo).
Repensar o que passou, ressignificar as minhas postagens dos primeiros semestres, pensar o presente e indagar o futuro, colocando-me numa situação crítica, mediadas por aprendizagens, foi gratificante.

Refletir e revisar , além do resgate inevitável que o curso possibilitou com textos, registros, tecnologias, parcerias com professores, tutores e colegas, percorrendo vivências específicas que, ao mesmo tempo me fez lembrar dessa frase "Só erra quem faz..." Me levou a pensar: "O que posso fazer para reforçar tudo que aprendi?"

Então, errei, chorei, lutei contra meus fantasmas do desânimo, retornei para corrigir o que seria possível e resolvi enfrentar tudo e todos para renovar.
Deparei-me com mudanças, num mundo em acelerada e imprevisível evolução na família, no trabalho, exigências na qualificação de docência e ao mesmo tempo, questionando-me: "Até que ponto sou uma pessoa significativa para meus alunos e minha equipe de educadores?"

A resposta que encontrei, com a atividade proporcionada pelo Seminário Integrador VIII em analisar postagens do inicio do curso foi: "Aprimorar e renovar, constantemente, minha ação docente para compartilhar minhas aprendizagens com qualidade que venha a atender metodologias de forma crítica e consciente na comunidade escolar de atuação.
 

 

Reflexão: Aprendizagem através da Música

https://contribuirparaaprendizagem.blogspot.com/2016/06/a-aprendizagem-atraves-da-musica.html

"[...]Ouvir música, aprender uma canção, brincar de roda, realizar brinquedos rítmicos, jogos de mão etc. são atividades que despertam, estimulam e desenvolvem o gosto pela atividade musical além de atenderem a necessidade de expressão que passa pela esfera afetiva, estética e cognitiva." (Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil: Conhecimento de Mundo. Brasília, MEC/SEF, 1998, v.3, p.19, 48 e 58)
Além de ser lúdica, as letras das músicas, em sua simplicidade, servem de modelo para as crianças em processo de alfabetização, que, de maneira prazerosa, captam a estrutura das frases e do pensamento, ao mesmo tempo que se divertem com aspectos sonoros como os ritmos, as rimas, as aliterações, enriquecem, também, o conteúdo trabalhado proporcionado pelas figuras de linguagem. 
As diversas possibilidades musicais, favorecem as crianças a expressão verbal para comunicar-se com seus pares, ou seja, podemos usá-la como atividades privilegiadas nas quais podemos associá-la a dança, as brincadeiras e os jogos com movimentos e gestos corporais, proporcionando socialização e integração no espaço escolar.

Reflexão: Professor Transformador

https://contribuirparaaprendizagem.blogspot.com/2016/09/professor-transformador.html

Se a nossa pretensão é modificar a escola, precisamos reconstruir nossa prática. A formação coletiva permanente dos educadores quer resgatar o papel social efetivo do educador-cidadão como profissional reflexivo e investigador.
Os professores são, obviamente, elementos fundamentais e inevitáveis na transformação e na melhoria da vida pedagógica das escolas e das salas de aula e, nesse sentido, não podem ser alheios aos processos inerentes à sua concepção, concretização e avaliação no contexto escolar.
 
A avaliação deve ajudar o educador a aprender a se auto-avaliar, a buscar novos caminhos para a sua realização, com sabedoria e responsabilidade na elaboração de seus planejamentos, partilhando experiências e saberes.
 
Para GADOTTI (1988) "...o educador é aquele que emerge junto com os seus educandos, desse mundo vivido de forma impessoal. Educar é tornar-se pessoa" (p.50)

Dessa tomada de posição, o professor será o inovador; o aluno ativo o centro do processo e a escola, o espaço de formação de seres criativos, críticos e participantes de uma educação comprometida com a sociedade que estão inseridos.

Referência:
GADOTTI, Moacir. História das Ideias Pedagógicas. São Paulo, Ática, 1997.

Reflexão: Representação Numérica

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Como e quando se utilizam os números? Os números estão presentes no nosso cotidiano e cumprem funções como contar, numerar, medir e operar. Alguns desses usos são familiares às crianças desde pequenas outros nem tanto.
Brincando, jogando, cantando, ouvindo histórias, a criança estabelece conexões entre o seu cotidiano e a Matemática.
Assim como as crianças ingressam na escola já tendo aprendido muito sobre a linguagem oral e o mundo físico (contato com os objetos), elas também chegam com uma enorme bagagem de experiências em matemática. Elas vivem em um mundo de quantidades diárias. Elas experimentam o grande, o pequeno, o muito, o pouco e o acabou, entre outros conceitos de classificar, seriar, no seu dia a dia.
De acordo com Piaget, a criança dá sentido ao mundo pelo desenvolvimento de esquemas. Um esquema é uma forma integrada de pensar sobre os elementos do mundo.
Piaget (1963) acredita que:
É suficientemente sabido que cada operação intelectual está sempre relacionada a todas as outras, e que seus próprios elementos são controlados pela mesma lei. Cada esquema está, portanto, coordenado com todos os outros, e constitui em si mesmo uma totalidade com partes diferenciadas. Cada ato de inteligência pressupõe um sistema de implicações mútuas e sentidos interconectados (p.7)
A teoria piagetiana sugere um papel ativo para a educação no desenvolvimento intelectual das crianças. Diversas ações intervêm na construção dos conhecimentos matemáticos, como recitar a seu modo a sequência numérica, fazer comparações entre quantidades e entre noções numéricas e localizar-se espacialmente. Essas ações ocorrem fundamentalmente no convívio social e no contato das crianças com histórias, contos, músicas, jogos, brincadeiras que poderão ser utilizadas no currículo da escola.
 
Referência:
Piaget, J. (1963) As origens da inteligência em crianças. Nova Iorque: W.W. Norton & Company, Inc


Reflexão: Conhecimento de Mundo na Educação

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O conhecimento do mundo é transmitido à criança desde o seu nascimento: quando se diz o nome e se explica a função dos objetos, está implícita aí uma história acumulada socialmente; por exemplo: quando se leva a criança a um passeio pela rua, ela está sendo apresentada à construção social dos espaços.
À escola cabe propiciar o desenvolvimento e a organização desses conhecimentos, convidando a criança a participar de descobertas, abrindo-lhe oportunidades de desenvolver suas capacidades, orientando-a a olhar para um outro lado, dando-lhe oportunidade de refletir, experimentar e formular hipóteses. É preciso partir das questões colocadas pelas crianças acerca do espaço comum à todos, oferecendo-lhes novas perspectivas, para que elas possam avançar na compreensão do conjunto de relações que explicam as representações inseridas nesse contexto, ou seja, seus papéis na sociedade mais ampla, mais global.
O ambiente escolar é um ambiente coletivo, de convivência, discussão, enfrentamento de ideias, competição e parceria, o que torna ainda mais enriquecedor o processo de construção do conhecimento de mundo através de suas vivências.
Em relação ao Conhecimento de Mundo, destacam-se os seguintes eixos: movimento, artes visuais, música, linguagem oral e escrita, natureza e sociedade, e conhecimento lógico-matemático. No âmbito de experiência Formação Pessoal e Social, desenvolvem-se os eixos identidade e autonomia.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

Reflexão: Ciências no Currículo Escolar

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Os conteúdos pertinentes às áreas das Ciências Naturais estiveram sempre presentes na composição dos currículos das escolas de educação infantil (minha área de atuação), mas restringindo-se, o ensino, na maioria das vezes, à mera transmissão de conceitos, fatos e datas sem a preocupação de desenvolver atitudes individuais e sociais de aprendizagem e procedimentos adequados à pesquisa.
Após o nascimento, a criança começa a interagir e a explorar o meio em que vive e, gradativamente, vai adquirindo autoconsciência e conhecimento do mundo ao seu redor, tornando-se parte integrante desse sistema e futuro agente de transformações.
O ambiente onde as crianças vivem se constitui em um conjunto de elementos naturais e sociais indissociáveis frente ao qual elas se mostram curiosas e investigativas. Desde muito pequenas, através da interação com o meio físico e social no qual vivem, as crianças aprendem através da observação e da experimentação, fazendo perguntas e procurando respostas às suas indagações e questões, ou seja, a descoberta é o contato com o desconhecido e sua revelação. No processo do conhecimento, significa a compreensão das características especificas do objeto de estudo, onde a criança descobre as qualidades que distinguem uma coisa da outra.
A experimentação faz com que a criança desenvolva habilidades motoras, a capacidade de criar, de improvisar e de testar hipóteses, fatores estes que provocam a reflexão.
As atividades de Ciências, quando bem planejadas e elaboradas, constituem momentos ricos no processo de ensino-aprendizagem. É uma disciplina que deve dar margem à discussão, à interpretação e à conclusão dos resultados obtidos, auxiliando na compreensão do conteúdo aplicado.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

Reflexão: Professor Facilitador

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O assunto professor mediador é de estrema relevância para a área da educação porque muitos valores estão trocados, já não existe o respeito, consideração, tolerância, enfim os princípios de convivência, daí a importância das relações sociais pregadas por Vygotsky.
Desde muito tempo atrás, Vygotsky já preconizava a atuação do professor como mediador, ou seja, aquele que instiga o aluno a aprender.

 Ao formular o conceito de zona proximal, Vygotsky mostrou que o bom ensino é aquele que estimula a criança a atingir um nível de compreensão e habilidade que ainda não domina completamente, exigindo dela um novo conhecimento. 
O professor mediador precisa estar atento às necessidades de sua turma, a fim de envolver as crianças em todos os processos de ensino, mantendo-as interessadas, motivadas e curiosas em suas novas descobertas. A motivação é imprescindível para o desenvolvimento do indivíduo, pois bons resultados de aprendizagem só serão possíveis à medida que o professor proporcionar um ambiente de trabalho que estimule o aluno a criar, comparar, discutir, rever, perguntar e ampliar ideias.
Porém, precisamos entender que, ao falarmos sobre a criança como construtor do conhecimento, não significa que o professor deixará que seus alunos façam apenas aquilo que desejam a partir de suas contribuições. O fato de estar atento aos interesses de seus alunos exige do professor pesquisa constante e busca por experiências significativas, que auxiliem no desenvolvimento cognitivo, social e afetivo dos educandos.

Adequar à metodologia e os recursos de forma que haja a comunicação com os alunos, ao redor do grupo, mostrando-se disponível aos questionamentos, permitindo que as crianças realizem suas descobertas em seu tempo e criando as condições necessárias para que os alunos se apropriem do conhecimento, o professor oferece às crianças a autonomia necessária para a exploração e o desenvolvimento de suas aprendizagens, sendo também, uma forma de fazer da aula um momento propício as trocas de experiências entre professor/aluno.
 

quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

Reflexão sobre Alfabetização

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Eleger a linguagem oral como conteúdo da educação infantil é fazer do diálogo um lugar de desenvolvimento e aprendizagem, através da comunicação e interação com o meio onde está inserida. Implica  promover atividades que criem situações de fala, escuta e compreensão da língua através de diferentes textos e situações enunciativas, ampliando as capacidades comunicativas das crianças, de forma significativa e que preserve a naturalidade de conversar, falar e escutar para sua condição de ser  alfabetizado.
Para as crianças, a organização dos conteúdos de Língua escrita na alfabetização, pressupõe uma combinação entre atividades que se repetem e atividades que variam, pois, como grande parte daquilo que a criança deve aprender consiste em procedimentos (ações ordenadas com uma finalidade), é importante que a sequenciação de atividades permita uma reorganização dos conhecimentos. Dessa forma, é preciso estabelecer critérios que possibilitem ao mesmo tempo interagir com as crianças, dando-lhes a oportunidade de perguntar e obter respostas, considerando o nível de complexidade das diferentes atividades como definidor do grau de autonomia possível às mesmas.
No processo de alfabetização, as crianças vivenciam seu processo de aquisição da escrita segundo suas hipóteses que, em geral, estão muito distantes da escrita convencional. Saber interpretar as produções escritas, e compreender a natureza das hipóteses infantis, é um longo aprendizado que permite ao professor identificar esses conhecimentos e intervir para ajudá-las a pensar sobre eles progredindo no que diz respeito à construção da escrita.

Ser alfabetizador é mais do que ensinar letras e sílabas, mais do que traduzir o texto escrito, é, principalmente, compreender que a escrita é um sistema de representação da língua e sua aprendizagem é um conhecimento novo.
Busquei (no link em anexo) embasamento teórico em Emilia Ferreiro, pesquisadora argentina que desenvolveu uma teoria ligada à alfabetização.
Segundo ela, a evolução da escrita passa por algumas etapas nas quais a criança repete, em sua história particular, a história da escrita. Mas é necessário ressaltar que tal evolução não ocorre da mesma  forma para todas as crianças, pois cada uma tem seu ritmo próprio.

segunda-feira, 26 de novembro de 2018

Refletindo sobre o brincar

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A criança, desde muito cedo, se comunica através de gestos, sons e mais tarde, em suas brincadeiras representam determinados papéis e isso faz com que desenvolva sua imaginação.

Através das brincadeiras, os adultos estabelecem com as crianças laços de confiança que possibilitam o início do brincar.

Associada ao prazer e à liberdade, a atividade descrita, aqui, como retomada para reflexão, chama a atenção para a importância do espelho como um objeto que auxilia enormemente o reconhecimento da própria imagem. É diante do espelho que a criança conseguirá, progressivamente, entender que a imagem que vê refletida diante de si é a dela própria, ao mesmo tempo que começa a perceber a imagem das outras pessoas que convivem com ela neste ambiente. Quem nunca se encantou com uma criança que, diante do espelho, se descobre? Isso é o brincar na infância!
As técnicas de questionamento, usadas nessa atividade, podem levar as crianças a tornarem-se mais conscientes do que elas já sabem e de como elas podem usar esse conhecimento, comparando as situações de brinquedo às situações reais na convivência com seus pares.
Ao revisar e refletir sobre essa postagem (link em anexo), percebi que nós, professores, devemos oferecer a preparação, um planejamento cuidadoso e orientação sobre o brincar, determinando algumas influências de uma brincadeira produtiva que interessam as crianças.

Quanto melhor compreendermos a brincadeira e o potencial dos diferentes tipos de materiais, melhor será a orientação que eles vão oferecer. Mais importante do que isso, entretanto, é o princípio de infância, que as crianças devem sempre manter o controle sobre suas brincadeiras.

Reflexão: Jogo na Sala de Aula

https://contribuirparaaprendizagem.blogspot.com/2016/05/sim-ao-jogo-na-sala-de-aula.html

No decorrer do curso, tive  a oportunidade de refletir sobre minha prática em sala de aula, em especial, o papel do jogo na Educação Infantil.
O jogo inclui uma rica variedade de coisas interessantes para observar, organizando um mundo no qual as crianças podem aprender por meio da brincadeira e modificando suas ações para aumentar seu valor educativo.
Os jogos constituem um fator importantíssimo para o desenvolvimento intelectual, motor e afetivo das crianças, pois permitem que elas entendam o mundo, expressando suas ações, sentimentos e ideias. Participando de jogos, as crianças aprendem a conhecer e dominar a realidade, orientando-se no espaço e no tempo. Jogando, desempenham papéis, sentem emoções, cooperam entre si e amadurecem num ambiente de aceitação e colaboração.
Conforme o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil:
"O jogo pode se tornar uma estratégia didática quando as situações são planejadas e orientadas pelo adulto visando a uma finalidade de aprendizagem,isto é, proporcionar à criança algum tipo de conhecimento, alguma relação ou atitude. Para que isso ocorra, é necessário haver uma intencionalidade educativa, o que implica planejamento e previsão de etapas pelo professor, para alcançar objetivos predeterminados e extrair do jogo atividades que lhe são decorrentes."
Os professores devem modificar os jogos de forma que se harmonizem com o modo de pensar das crianças, devendo reduzir suas interferências, encorajando a cooperação entre as crianças e levando-as ao desenvolvimento de novas experiências.
(RCNEI: Conhecimento de Mundo. Brasília, MEC/SEF, 1998, v.3, p.211)
 

domingo, 17 de junho de 2018

Pedagogia da Afetividade-Henri Wallon


Tradicionalmente, a educação tem-se focalizado, predominantemente, na transmissão da inteligência e do conhecimento cognitivo. Esta limitada visão pode comprometer o comportamento social e emocional das crianças. Nesse contexto Wallon, em sua teoria psicogenética, dá uma importante contribuição para a compreensão do processo de desenvolvimento e também contribuições para o processo ensino-aprendizagem.
Conforme citado no texto (em referência) "Wallon foi o primeiro a levar não só o corpo da criança mas também suas emoções para dentro da sala de aula. Fundamentou suas ideias em quatro elementos básicos que se comunicam o tempo todo: a afetividade, o movimento, a inteligência e a formação do eu como pessoa. As emoções, para Wallon, têm papel preponderante no desenvolvimento da pessoa".
A criança não é um ser fragmentado, é vista como um ser completo e constituinte do meio sociocultural em que vive e a educação desenvolve a plena realização das potencialidades das crianças, em uma visão holística que percebe a multidimensionalidade através das emoções e também no aspecto físico e social. A construção do conhecimento e a perfeita relação entre o ensino e a aprendizagem dá-se de forma harmônica, colocando a escola como mediadora a propiciar subsídios para a transformação integral do ser, desenvolvendo o intelecto sem esquecer o emocional e o social, ou seja, uma pedagogia humanizada que exterioriza suas emoções e não ignora a necessidade do desejo da criança que sonha e ama necessitando da afetividade.
 Wallon dividiu o desenvolvimento em fases, nas quais cada uma tem uma atividade predominante, podendo haver avanços e retrocessos entre elas, sendo: Impulsivo e emocional (0 a 1 ano); sensório-motor e projetivo (1 a 3 anos); personalismo (3 a 6 anos); categorial (6 a 11 anos); puberdade e adolescência (acima dos 11 anos); e adulto.  
A característica de cada estágio, sendo identificada pelo professor, permitirá um entrosamento entre aluno/professor, promovendo um planejar (movimento e ação) através de experiências vivenciadas em sala de aula, levando a autonomia e fortalecimento das capacidades e decisões de cada criança com trocas afetivas positivas. Portanto, a interação do sujeito com o outro e com o objeto de conhecimento é mediada pela emoção, é ela a responsável pela socialização, pela formação da personalidade do mesmo e da construção da consciência de si ao interagir com seu meio.
Wallon defendia a fluidez das emoções e do pensamento da criança como necessário para o desenvolvimento completo do mesmo. Por meio da emoção que a criança supera seus desafios e a dependência do outro e prossegue construindo seu conhecimento, como um sujeito ativo.
Diante da análise da teoria de Henri Wallon sobre a afetividade na educação, podemos afirmar que sem motivação fica comprometida a aprendizagem humanizada aluno/professor, pois não é possível ter sucesso sem uma forte carga de emoção frente a realidade que envolve a aplicabilidade e os efeitos dos princípios pedagógicos, em sala de aula, visando o interesse de todos.
 
Referências:
Textos:
*Apontamentos sobre a teoria de Henri Wallon.
*Contribuições de Henri Wallon à relação cognição e afetividade na educação.
 

 

quarta-feira, 13 de junho de 2018

Inovações Pedagógicas


A cidadania plena passa pelo conhecimento e pela incorporação da tecnologia nas inovações pedagógicas. O foco da escola é a ciência, produção humana determinada historicamente por fatores sociais e culturais, nos quais interfere na ruptura paradigmática permitindo mudanças na forma de entender e valorizar o conhecimento de forma prática. Desta forma, o conhecimento é o mais eficiente instrumento do sujeito, sem o qual não é possível alcançar o êxito pessoal e coletivo. A educação e o conseqüente desenvolvimento tecnológico são o meio de compreensão e transformação da realidade material (natureza/ determinismo) e da sociedade, rompendo com as formas tradicionais de ensinar e aprender, que são constituídas através da repetição, memorização e padronização. Assim, abrem-se novos conceitos de estruturas mentais e experimentais (modelos matemáticos inseridos em todas as áreas científicas).
Podemos observar que é intima a relação entre escolaridade e desenvolvimento tecnológico como recurso na prática pedagógica, ou seja, resultam na reflexão da complexidade dos fenômenos naturais e socioculturais no reconhecimento do indeterminismo, do aleatório, da probabilidade, do acontecimento como princípios epistemológico empirista direcionado as descoberta por experiências e autonomia do educando. Ela permeia a nossa função social e a cultura, incluindo sua importância na produção dos conceitos e valores com caráter globalizado, constituindo princípios positivistas da ciência moderna, buscando o conhecimento a partir das experiências, especialmente na formação de idéias.  
Os avanços tecnológicos tornaram o mundo mais acessível. Por sua vez, impõe-se hoje uma nova concepção de história, de sociedade e, portanto de homem, o que implica um novo conceito de escola e seu papel social em todas as esferas nas relações humanas: instituições, fábricas, indústrias, espaços de lazer, etc. As fronteiras da ciência e da tecnologia estão dando lugar à globalização da produção e da cultura escolar com acesso a objetos técnicos, tempo e lugar, incorporados a pesquisas para a inserção do ensino-aprendizagem na era digital.
Apesar da escola não ter razão de ser em si mesmo e para si mesmo, o sucesso do educando depende muito do que se produza na sala de aula.   Melhorias significativas e inovadoras na educação resultam e fomentam melhorias significativas na sociedade. Por isso, a escola constituiu-se em espaço privilegiado para erigir uma ordem pautada no esforço para descobrir níveis mais elaborados de entendimento e atuação para além dos muros escolares.

quinta-feira, 7 de junho de 2018

Reflexão sobre Avaliação

A avaliação é necessária e importante para reorganizar o processo, gerar novos desafios e melhorar a aprendizagem dos alunos.
Na realidade brasileira, a avaliação toma especial relevo, dado os já conhecidos altos níveis de reprovação e evasão que nela ocorrem e que, sem dúvida, passam pelos resultados da avaliação; seja ela a avaliação formal que se consubstancia numa nota ou conceito que visa a promoção ou reprovação do aluno, seja avaliação informal que o professor desenvolva durante suas aulas, através de comentários não verbais que carregam uma conotação de julgamento, ou seja, classificatória voltada para o aspecto disciplinador e punitivo. Como vimos nas charges disponibilizadas para estudo.
Para Luckesi (2002, p.81) a avaliação:
[...] deverá ser assumida como um instrumento de compreensão do estágio de aprendizagem em que se encontra o aluno, tendo em vista tomar decisões suficientes e satisfatórias para que possa avançar no seu processo de aprendizagem. Se é importante aprender aquilo que se ensina na escola, a função da avaliação será possibilitar ao educador condições de compreensão do estágio em que o aluno se encontra, tendo em vista poder trabalhar com ele para que saia do estágio defasado em que se encontra e possa avançar em termos dos conhecimentos [...].
Avaliar é uma ação que exige muitas informações que vão servir de subsídios para uma análise reflexiva, considerando-se todo o contexto, os critérios preestabelecidos, as finalidades educativas, as concepções que estão por trás e, sobretudo, os valores em questão, resultante de um processo sistemático de reflexões sobre a prática, fundamentada nas evidências dos dados da realidade escolar.
Sendo assim, através de uma ação avaliativa mediadora (prática em construção), os alunos terão oportunidade de expressar suas ideias em muitos momentos; discutir a partir de situações desencadeadoras; realizar várias tarefas individuais, menores e sucessivas e o professor poderá procurar entender razões para as respostas apresentadas pelos alunos através de investigação teórica.
Nesse sentido, todas as conclusões do aluno têm valor. Se elas não estiverem de acordo com o saber científico, devemos aproveitar esta oportunidade para avançar e incentivar novas descobertas. Pedagogicamente, avaliar é dar valor, valorizar, objetivando o aperfeiçoamento da capacidade criativa e construtora.
Mas, se os resultados esperados não forem satisfatórios, há que se rever o planejamento, o processo produtivo e o desempenho de todas as pessoas envolvidas e não simplesmente condenar o aluno, rotulando-o como sendo incapaz de produzir conhecimento.
Enfim, ao professor cabe auto-avaliar-se, analisar os efeitos do seu trabalho, as dificuldades e as necessidades de mudanças na forma de atuar, nas relações com os demais e sua própria postura pedagógica, objetivando sua compreensão e melhoria.
REFERÊNCIA
FERREIRA, Lucinete. O contexto da prática avaliativa no cotidiano escolar. In:____. Retratos da avaliação: conflitos, desvirtuamentos e caminhos para a superação. Porto Alegre: Mediação, 2002. p.39-61.
LUCKESI, C.C. Avaliação da aprendizagem escolar. 14. ed. São Paulo: Cortez, 2002

Importância dos temas geradores na prática pedagógica

Cada vez mais tem sido reconhecida a necessidade de uma prática escolar que estimule e favoreça o "aprender a aprender", um dos pilares da educação contemporânea, argumentados ao longo do texto e vídeos.
A problematização do mundo através da metodologia do Tema Gerador visa a oportunizar, nesse sentido, a construção de um conhecimento inovador ,capaz de captar o dinamismo da realidade e as transformações das práticas pedagógicas entre reflexão e ação.
Para exercer o papel de professor/mediador, é necessário ter conhecimento do aluno, partindo do diálogo em sala de aula; aguçar a construção do conhecimento a partir do cotidiano, da vida real, de experiências, da observação, da análise do ambiente à sua volta e da troca de ideias em grupo. Devemos fugir da realização da atividade pela atividade, propondo experimentos que aliem a ação das mãos e dos sentidos à reflexão. Por isso, é necessário que o professor conheça a metodologia que vai utilizar, saber selecioná-la de acordo com os objetivos que quer alcançar e ter segurança em si mesmo para assumir o sucesso ou o fracasso. Para tanto, é necessário, o uso de materiais práticos e técnicas de ensino funcionais, engajamento, responsabilidade, orientação e ajuda.
Desenvolver um trabalho com temas geradores extraídos da realidade, contribuirá para que o aluno possa induzir conceitos e princípios de maneira que a aprendizagem seja mais durável e significativa, envolvendo toda a pessoa do aluno (sentimento, inteligência, ação), tornando-o sujeito responsável e crítico perante a sociedade.
A ação dialógica dessa proposta caracteriza, pois da discussão em grupo  e a canalização positiva dos interesses diferenciados, recriando os saberes a partir de trocas e complementação dos sentidos já constituídos. Porque se concebemos a aprendizagem como a sucessão de aquisições constantes e dependentes da oportunidade que o meio lhe oferece, assumimos o compromisso diante de suas próprias situações e experiências, da qual não há separação entre seres humanos inteligentes e ignorantes.
O ponto de partida, da pedagogia freireana é que todo e qualquer ser humano é detentor de conhecimentos significativos, não importa sua idade, meio social, grau de escolaridade, posição político-econômica, ou outras diferenças reais.

REFERÊNCIAS:
  • FREIRE, Paulo. A dialogicidade – essência da educação como prática da liberdade. In: _____. Pedagogia do Oprimido. 6ª edição. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978. p.89-101.  
  • A importância do ato de ler. 29a. ed. São Paulo: Cortez, 1994, p.12-15.

terça-feira, 22 de maio de 2018

Pensando sobre...


O processo de ensino por projeto de aprendizagem possibilita a interação do sujeito com seu meio físico e social no qual adquire novas estruturas cognitivas ou altera as que já possui, desenvolvendo algumas habilidades mentais, habilidades de pensamento, tendo em vista a solução de problemas.

O caráter transformador da escola é determinado pelo nível de consciência e recursos produtivos de bens materiais e culturais. Pela prática social e intelectual os sujeitos aprimoram-se na produção dos conceitos de forma cada vez mais ágil, hoje potencializada pela tecnologia.

A exploração de situações concretas, nos dá a oportunidade de escolher alternativas metodológicas de ensino que sejam mais adequadas ao tipo de aluno e a consecução dos objetivos. Quer dizer, quanto maior o volume de conceitos adquiridos, maior o nível de raciocínio e maior capacidade de linguagem.

Desenvolver um trabalho, a partir do interesse das crianças, sempre foi o meu objetivo, direcionando a participação efetiva do aluno a produção de informações significativas com outras situações do cotidiano.

Com certeza, a possibilidade de trabalhar com projetos na sua sala de aula, tornará qualquer atividade mais atraente, conduzindo o aluno à ação, transformando-o em ser ativo que idealiza e executa seu próprio trabalho, despertando interesse e valorizando as suas próprias ações.

Entretanto, a abordagem pedagógica em decorrência da ampliação dos recursos informáticos na educação, vem a contribuir para o enriquecimento interdisciplinar mais inovadora e criativa, em um olhar de diferentes perspectivas junto aos alunos na construção compartilhada do saber.

sexta-feira, 18 de maio de 2018

Ação Interdisciplinar


Na cultura escolar, a ação educativa de planejar currículo é estabelecer metas, definir estratégias, fixar tempos, organizar espaços escolares, com a intenção de alcançar as finalidades dos diferentes níveis de ensino, tendo em vista as finalidades maiores da educação nacional.

O currículo, na seleção e ordenação de conteúdos é compreendido como uma seleção de conhecimentos extraídos de uma cultura mais ampla e, historicamente, acumulada. Assim, redimensionam-se o tipo de conhecimento construído na educação, para que se apropriem de um saber, que seleciona seus conteúdos na dimensão social, política e cultural. Assim, o currículo não constitui uma seleção arbitrária de conteúdos , mas um projeto de ensino, que se organiza em torno de bases metodológicas racionais e sistematizadas, que busca,  a sua construção, a partir do trabalho integrado e flexível.

Os saberes compartimentados, nos dá a ideia de que as matérias podem ser tratadas como setores estanques e de que o conhecimento do aluno se estrutura por estabelecer relações de aprendizagens, quase sempre desconexas, sem a inter-relação entre as diferentes áreas do conhecimento sem expressar coerência. O professor precisa se dar conta de que a essência do seu trabalho está na aquisição pelo aluno de competências cognitivas complexas, cuja a importância vem sendo cada vez mais enfatizada: autonomia intelectual, criatividade, solução de problemas, análise mais verdadeira para alunos provenientes de ambientes culturais e sociais, em que o uso da linguagem é restrito e a sistematização do conhecimento espontâneo raramente acontece. O ensino fragmentado em disciplinas não permite o desenvolvimento da inteligência, pois reduz a aprendizagem a sua transmissão isolada, levando, inclusive, o aluno a se desinteressar pela escola.

Nesse contexto, relacionamos os modelos Taylorismo e Fordismo, nas influências observadas nos programas para a educação, resultando em ações isoladas com nenhuma eficiência e eficácia, resultando na fragmentação desses programas, onde os mesmos não conseguem atingir e transcender os seus objetivos, caracterizado pela racionalização, planejamento, formalização, mecanização do ensino, onde os alunos muitas vezes não são levados a pensar e sim a decorar, para passar de ano e atingir as metas da Gestão Escolar, acabando por repercutir negativamente na prática escolar. Todas estas influências estão presentes no ensino, nas relações entre aluno/professor, levando a baixa autoestima do docente para a escola.

O trabalho integrado, através de uma ação interdisciplinar, vem sendo compreendido como uma forma  de produção flexível em sala de aula, onde se propõe um único tema com abordagens em diferentes disciplinas. Cada conteúdo tem suas características, suas especificidades. Saber onde se quer chegar, o que quer que os alunos aprendam, quais as relações que necessitam fazer, faz parte da organização de um projeto interdisciplinar.

De acordo com Werneck, 1991:

" Ao pensar em interdisciplinaridade, podemos pensá-la sob dois aspectos. Um que se refere à intenção do professor e suas potencialidades; e um outro às características do conteúdo estudado. Quanto ao professor, podemos pensar que a interdisciplinaridade se constrói a partir do modo como ele vê o mundo, de sua vivência, sua experiência, seu envolvimento e principalmente de seu conhecimento sobre o conteúdo em questão.. Ter uma atitude interdisciplinar, portanto, é ter uma mudança de concepção de ensino por que vem quebrar uma estrutura de ensino secular, fundamentada no isolamento das disciplinas, que orientava o papel do professor como se cada matéria não tivesse relação com as outras".


Hoje, sentimos que por meio da interdisciplinaridade podemos aprofundar em reflexões e assim compreender melhor a prática docente, transformando-a cada vez mais.
Por tudo isso é que o "interdisciplinar" provoca "atitudes de medo e recusa"( Japiassu, 1994). Porque constitui uma inovação.

Essas inovações podem ser através da educação global, com aprendizagens transformadoras no currículo integrado por atividades globalizadas das unidades de trabalho, onde escolhe-se um assunto e, através deste, trabalha-se Comunicação e Expressão, iniciação a Ciências e Integração Social.

O Centro de Interesse, também é um método globalizado permitindo ao aluno liberdade, individualidade, dando o máximo de autonomia para agir de acordo com seus gostos e necessidades, sendo seu interesse movido pela ação de observar (olhando, tocando, analisando).
Um Centro de interesse permite ao professor ter uma visão geral do que  determinado tema permite explorar na medida que é praticado.
Destacamos aqui, a contribuição referente a Metodologia de Projetos, sendo uma atividade que se desenvolve diante de uma situação problemática, concreta, real, com tema de investigação de livre escolha do aluno e que busca soluções práticas.

Segundo MORAES e RAMOS (1988):

"...o projeto é uma atividade em que  o aluno envolve-se voluntariamente, fixa a finalidade de seu trabalho, decide sobre como conduzi-lo, tendo sempre em vista um fim prático e relacionado ao meio natural ou social em que vive. Isto implica na participação mental constante do aluno, em ter sua mente permanentemente voltada para determinado fim".

Essa metodologia pode ser trabalhada em uma ou mais disciplinas, estimulando projetos disciplinares ou interdisciplinares, bem como pode ser aplicada para desenvolver programas ou para estimular a criatividade dos alunos, permitindo que eles desenvolvam projetos de sua inteira iniciativa.
Assim, na ação unificadora do conhecimento resgata-se na relação homem-mundo a possibilidade de serem educadas as novas gerações numa outra perspectiva de ensino.

Enquanto prática pedagógica na cultura escolar, entendemos que a ação do currículo integrado nas modalidades da forma interdisciplinar, centros de interesse, metodologia de projetos e globalização dos conteúdos, podemos construir coletivamente o saber, ao buscar, juntos, o novo, o risco, a descoberta, o diálogo, a troca, o conhecer, deixando que cada um assuma a sua prática dentro dos próprios limites de uma educação global nas diferentes formas de pensar e de agir.

Referências:
Textos:

- JAPIASSU, Hilton. A questão da interdisciplinaridade. Revista Paixão de Aprender. Secretaria Municipal de Educação, novembro, n°8, p. 48-55, 1994.
- As origens da modalidade de currículo integrado de Santomé.
- Fragmento de "Planejamento: globalização, interdisciplinaridade e integração curricular" de Maria Luisa Xavier .

- SILVA, Luiz Heron da. A escola cidadão no contexto da Globalização. Petrópolis, Vozes, 1998.

segunda-feira, 14 de maio de 2018

Linguagem e Educação - Análise Reflexiva


Trabalhar com crianças pequenas demanda do professor um real interesse por suas falas, atenção aos seus movimentos, gestos e demais ações expressivas, buscando sempre um maior entendimento de sua perspectiva de ver e pensar o mundo, desenvolvendo uma atitude investigadora, interessada e curiosa em relação ao seu desenvolvimento e aprendizagem.
A fala da criança traz o seu modo próprio e particular de pensar e ele não pode ser confundido com um falar aleatório.
O desenvolvimento da linguagem está associado à existência e a maturação de centros cerebrais, sem os quais ela não poderia se desenvolver e de estimulações exteriores. As funções psíquicas são constituídas à medida que são utilizadas, sempre na dependência do legado cultural da humanidade e do marco da cultura em que se vive.
Quanto mais se sabe sobre a forma pela qual as crianças estabelecem relações entre as coisas, sobre a sua perspectiva particular de pensar, mais se tem certeza de que as mesmas estão continuamente tentando compreender o mundo em que vivem, tentando ampliar o que sabem dele, verbalizando suas ideias e percepções na busca de confirmação para prosseguir ou parar a elaboração de suas hipóteses. Atribuir intenção comunicativa a todas as enunciações das crianças, mesmo àquelas para as quais não há um sentido imediato; desvendar e resgatar as relações por trás das palavras é a maior contribuição para que prossigam em suas buscas.
Atividade:
Usar a linguagem oral para conversar, brincar, comunicar-se, relatar suas vivências em situações de interação presentes no cotidiano e expor seu ponto de vista, é uma valorização da interação e do diálogo por excelência. Dialogar supõe ver e ouvir o interlocutor, no caso, a criança, de acordo com as características que lhe são próprias.
As atividades verbais são importantes para conduzir a criança a expressar-se com desinibição, espontaneidade e se fazer entender.
A linguagem oral poderá ser trabalhada através de conversas informais, conversas dirigidas, produção de histórias, hora da novidade, jornal falado, comentários de histórias, dramatizações, etc.

Exemplo:

1- Poderemos ler uma história, mostrar as cenas, e perguntar:
*O que está acontecendo?

*O que aparece na cena?
*O que vocês acham que vai acontecer depois desta cena?

*Se vocês fossem o personagem principal o que você faria?
*Quantos personagens tem nessa história?

*Qual o nome dos personagens?

2- Todos fechem os olhos e imaginem uma história, a professora deverá escutar cada um e tentar ajudar o aluno, que apresentar dificuldade. Propor dramatizar a história com fantoches.
 Assim, podemos refletir que a importância da linguagem não reside apenas nas possibilidades de comunicação e inserção social. Ela faz parte da constituição de diferentes operações intelectuais e da memória.
Para as crianças, não só os humanos podem falar, pensar, ter sentimentos, mas também as plantas, animais, pedras, objetos e todo o mundo inanimado, o que torna possível que esses seres também falem e sintam. Por isso, o reconto de histórias conhecidas, se torna um recurso apropriado para trabalhar a linguagem oral, buscando aproximação das crianças com as características narradas e descrição dos personagens, cenários e objetos, com a ajuda, quando necessário. Assim, as ideias e teorias que as crianças criam para compreender e explicar o mundo são sempre bastante originais em diferentes situações comunicativas.
 
Referências Bibliográficas:

AROEIRA, M.L.C.;SOARES, M.I.B.; MENDES, R.E.A. Didáticas da pré-escola: vida de criança, brincar e aprender. São Paulo: FDT, 1996.
AROEIRA, M.L.C.Projetos para a Educação Infantil.Ed.Dimensão, 2004
KAMII, C.;DEVRIES,R. O conhecimento físico na educação pré-escolar: implicações da teoria de Piaget. 4 ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1991.
MOLL, L.C. Vygotsky e a educação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996.
MACHADO, ELAINE ROSE, Método Dinâmico de Ensino: Síntese dos Referenciais Curriculares Nacionais. Ed.Rideel

 

quarta-feira, 25 de abril de 2018

Relacionando as teorias de Jean Piaget e Lev Vygotsky


Segundo a teoria Piagetiana, a constante interação entre o individuo e o mundo exterior é o processo pelo qual se dá o desenvolvimento intelectual do ser humano. A interação leva a uma oscilação contínua entre equilíbrio e desequilíbrio. Quando o equilíbrio se restabelece, tem-se uma adaptação.
A adaptação é, desta forma, constituída por dois processos diferentes, porém indissociáveis: assimilação e acomodação. Desde o nascimento, o sujeito é estimulado pelo mundo externo, experimentando as mais diversas sensações.
Nesta perspectiva, a tarefa educativa não é a difusão de informação, mas a organização de um meio que incite e obrigue as crianças a realizar reorganizações contínuas
Quando a criança consegue incorporar os elementos do mundo às suas estruturas de conhecimento, diz-se que houve assimilação. No entanto, pode acontecer que alguns objetos não se encaixem nas estruturas cognitivas do indivíduo. Diante desta situação, ele terá que se ajustar à ação do objeto sobre suas estruturas, modificando-as, ou mesmo criando outras, até que aconteça a acomodação.
 A teoria psicogenética de Jean Piaget aborda o desenvolvimento cognitivo através de um sistema de transformações contínuas que comportem uma história e evolução de funções psicológicas, que geram mudanças na capacidade de interação com o meio.
O desenvolvimento dessas funções, segundo Piaget, é marcado por períodos que preparam o indivíduo para o estádio seguinte.
Já Vygotsky apresenta a relação entre a aprendizagem e o desenvolvimento e a concepção famosa de "zona de desenvolvimento proximal". O sujeito cria a si mesmo nas relações sociais; sua consciência, de natureza social e cultural, estabelece um contato social do indivíduo com si mesmo e com a realidade.
A principal visão de Vygotsky era desenvolver seu trabalho numa sociedade que procurava eliminar o analfabetismo da criança e do jovem, ou seja, construir um novo paradigma do sujeito.
 Considerar o ser humano como um sujeito da sua própria vida e ao mesmo tempo como processo social, cultural e histórico.
O princípio da origem social é a base dos trabalhos de Vygotsky : "todas as funções do desenvolvimento da criança aparecem duas vezes ou em dois planos. Primeiro no plano social e depois no plano psicológico, primeiro entre pessoas (interpsicológico) e depois no interior da criança (intrapsicológico)". (Vygotsky, 1984)
Com este princípio conseguiremos compreender a qualidade humana destas funções só se compreendermos os instrumentos (signos) e os sinais que as mediam (meios culturais e históricos).
Vygotsky quebra com o tradicional, pois o sujeito não se constitui de fenômenos internos e nem reduz a um reflexo passivo do meio.
Ele enfatiza que a escola é o próprio lugar da psicologia, nela se realizam as funções psíquicas superiores, um verdadeiro laboratório humano, onde a aprendizagem sempre inclui relação entre as pessoas com o mundo sempre mediado pelo outro.
Seus grandes temas são: a criatividade das crianças, o papel do brinquedo, a relação entre linguagem e pensamento, a relação dos conceitos didáticos e científicos e a relação entre aprendizagem e desenvolvimento. Sendo fundamental o brincar na primeira infância pelo fato de poder criar situações diversas, de forma que imaginar aquilo que passa despercebido pela criança na brincadeira se torna regra.
Vygotsky teve o propósito de trabalhar para a construção de uma sociedade nova, uma sociedade socialista, onde não existissem bases para uma alienação entre desenvolvimento individual e social.
Apesar do aspecto construtivista aparecer nas duas teorias, podemos dizer que para Piaget, o desenvolvimento se da de dentro para fora, onde a criança se apodera de um conhecimento se agir sobre ele, pois aprender é descobrir, inventar; já para Vygotsky, o desenvolvimento é um processo que se da de fora para dentro a partir do mecanismo de internalização.
 
Referências:
Texto: Pensamento e Linguagem: Percurso Piagetiano de Investigação - Adrián Oscar Dongo Montoya

segunda-feira, 23 de abril de 2018

Reflexão sobre o contexto educacional atual às tecnologias nas escolas


Na atualidade, os meios tecnológicos estão inseridos na vida dos estudantes e fica claro que a informática não criou apenas um hábito, como também se consolidou como uma importante ferramenta de informação, pesquisa e entretenimento. Estes recursos podem ser aliados à uma prática de educação no modelo de pedagogia relacional, onde o aluno constrói seu conhecimento tendo o professor como mediador do processo. Sendo a aprendizagem um processo que se fundamenta em  projetos de aprendizagens, com formulação de hipóteses, confirmação ou refutação das mesmas e divulgação de resultados,  as tecnologias digitais viabilizam esse processo educacional.

Escola, professores, recursos didáticos, novas tecnologias, todos são, afinal, elementos mediadores entre o aluno e o objeto de estudo. Através dessa mediação, o aluno pode aprender as mais avançadas formas de interagir com a realidade, transformando-a. Infelizmente a educação pública nem sempre consegue ou tem recursos para acompanhar essas tecnologias.

Mas, qualquer que seja a tecnologia adotada pelo professor, estas são um instrumento para a concepção de educação que fundamenta sua prática, ou seja, um professor pode por em prática a metodologia relacional , tendo somente como ferramentas o quadro e o giz, mas dialogando, respeitando e valorizando conhecimentos prévios dos alunos , como pode , dentro de uma Laboratório de Informática, esvaziar de sentido as atividades e torná-las uma ação da pedagogia tradicional, onde a relação do aluno com o conhecimento se processa de uma maneira passiva, controlada, não havendo nem mesmo a interação aluno-objeto do conhecimento.

Este é o grande desafio: a necessidade de educadores em desenvolver aulas diferenciadas que provoquem no aluno a curiosidade e o interesse, introduzindo a tecnologia de forma pedagógica e construtiva.

Acredito que, o trabalho de reestruturação curricular depende fundamentalmente do trabalho do professor, como ele organiza o ambiente, quais seus referenciais de educação e de concepção de mundo e como intervém junto aos seus alunos em relação aos recursos utilizados.

Não se trata de um planejamento central para realizar um atendimento diferenciado, mas sim utilizar os recursos tecnológicos para enriquecer os ambientes de aprendizagem construtivistas, em que cada aluno é um sujeito ativo em interação com os outros.

Conclui-se que, vivemos em uma sociedade em permanente transformação, olhar de diferentes perspectivas na educação não é somente fundamental, mas, absolutamente necessário para  reconhecer a diversidade cultural, ampliando e enriquecendo as diferentes comunidades de aprendizagem e possibilitando, a todos, novas e variadas formas de refletir, construir e viver seu cotidiano pedagógico com abordagens inovadoras e criativas.

Além disso, é necessário diminuir a defasagem entre a educação escolar e o desenvolvimento científico e tecnológico da sociedade atual, quebrando tabus de que o acesso à tecnologia da informação é inviável às classes populares.

        

 

quarta-feira, 18 de abril de 2018

Refletindo sobre o Curta Escolas Democráticas


Assistindo o curta "Escolas democráticas", deparei-me com uma realidade vista em muitas escolas, desvelando o desinteresse dos alunos.
 Inúmeras são as relações e causas permeando tal questão presente no cotidiano da escola, ou seja, o aluno receptor de conteúdos que não acompanham a sua realidade e sem respaldo e significação para seus anseios.
O curta demonstra que o conhecimento a ser tratado nunca deve ser compartimentado e estanque, pois leva a desmotivação e o descontrole educacional com posturas autoritárias e reprodutivistas. Percebi que essas consequências são bastantes problemáticas e negativas para a prática educativa.
Mas, é possível superar esses obstáculos com um currículo escolar complexo, englobante e vinculado aos aspectos da vida na família e na sociedade, instrumentalizando os sujeitos para acompanhar os avanços do mundo/meio em que vivem, primando pela capacidade de investigação e constantes experiências. Assim a proposta pedagógica poderá ser sustentada na epistemologia genética piagetiana (estágios do desenvolvimento), no sociointeracionismo vygotskiano (relações sociais) entendendo-se que tais bases teórico-epistemológicas sirvam como fio condutor do processo ensino-aprendizagem de forma significativa, efetivando-se na prática pedagógica e na convivência entre ambas as partes.
Esta seria então, uma Escola democrática focada naquilo que é relevante, atuando em medidas sincronizadas de responsabilidades envolvendo toda a comunidade escolar na construção de um currículo com realismo e gosto de vida, demonstrando que não somos personagens passivos nesse processo, somos fabricados e nos fabricamos em nossas descobertas.
Bobbit (1918) referia-se ao currículo como "aquela série de coisas que as crianças e os jovens devem fazer e experimentar a fim de desenvolver habilidades que os capacitem a decidir sobre assuntos da vida adulta".
Caswell (1950) transita da noção de que "currículo escolar abrange todas as experiências do aluno sob orientações do professor" (enfoque psicopedagógico) para o enfoque sociológico, entendendo por currículo "tudo o que acontece na vida de uma criança, na vida de seus pais e de seus educadores. Tudo o que cerca o aluno em todas as horas do dia, constitui matéria para o currículo".
Currículo passa a ser compreendido como o Ambiente em Ação onde se efetiva a construção do conhecimento e a relação de aprendizagem e desenvolvimento, através de uma atitude cultural e interdisciplinar, feitas em razão das condições refletidas no comportamento, no pensamento e na organização educacional de uma Escola democrática.
 

Referências

Bobbit, Franklin. The curriculum. Boston, Houghton Mifflin Company, 1918.

BOBBITT, John Franklin. O currículo. Lisboa: Didática, 2004.
Caswell, Holus L. Curriculum improvement in public school systems. New York, Columbia University, 1950. Citado por Sperb, Dalilla C. Problemas gerais de currículo. Porto Alegre, Globo, 1972. p. 46.

 

 

 

Parabéns Colegas Pedagogos

Parabéns a todos "Pedagogos" que dedicam cada minuto de suas vidas na arte de educar!                                         O...