Na
cultura escolar, a ação educativa de planejar currículo é estabelecer metas,
definir estratégias, fixar tempos, organizar espaços escolares, com a intenção
de alcançar as finalidades dos diferentes níveis de ensino, tendo em vista as
finalidades maiores da educação nacional.
O currículo, na seleção e ordenação
de conteúdos é compreendido como uma seleção de conhecimentos extraídos de uma
cultura mais ampla e, historicamente, acumulada. Assim, redimensionam-se o tipo
de conhecimento construído na educação, para que se apropriem de um saber, que
seleciona seus conteúdos na dimensão social, política e cultural. Assim, o
currículo não constitui uma seleção arbitrária de conteúdos , mas um projeto de
ensino, que se organiza em torno de bases metodológicas racionais e
sistematizadas, que busca, a sua
construção, a partir do trabalho integrado e flexível.
Os saberes compartimentados, nos dá
a ideia de que as matérias podem ser tratadas como setores estanques e de que o
conhecimento do aluno se estrutura por estabelecer relações de aprendizagens,
quase sempre desconexas, sem a inter-relação entre as diferentes áreas do
conhecimento sem expressar coerência. O professor precisa se dar conta de que a
essência do seu trabalho está na aquisição pelo aluno de competências
cognitivas complexas, cuja a importância vem sendo cada vez mais enfatizada:
autonomia intelectual, criatividade, solução de problemas, análise mais
verdadeira para alunos provenientes de ambientes culturais e sociais, em que o
uso da linguagem é restrito e a sistematização do conhecimento espontâneo
raramente acontece. O ensino fragmentado em disciplinas não permite o
desenvolvimento da inteligência, pois reduz a aprendizagem a sua transmissão
isolada, levando, inclusive, o aluno a se desinteressar pela escola.
Nesse contexto, relacionamos os
modelos Taylorismo e Fordismo, nas influências observadas nos programas para a
educação, resultando em ações isoladas com nenhuma eficiência e eficácia,
resultando na fragmentação desses programas, onde os mesmos não conseguem
atingir e transcender os seus objetivos, caracterizado pela racionalização,
planejamento, formalização, mecanização do ensino, onde os alunos muitas vezes
não são levados a pensar e sim a decorar, para passar de ano e atingir as metas
da Gestão Escolar, acabando por repercutir negativamente na prática escolar. Todas
estas influências estão presentes no ensino, nas relações entre
aluno/professor, levando a baixa autoestima do docente para a escola.
O
trabalho integrado, através de uma ação interdisciplinar, vem sendo compreendido
como uma forma de produção flexível em
sala de aula, onde se propõe um único tema com abordagens em diferentes
disciplinas. Cada conteúdo tem suas características, suas especificidades.
Saber onde se quer chegar, o que quer que os alunos aprendam, quais as relações
que necessitam fazer, faz parte da organização de um projeto interdisciplinar.
De acordo
com Werneck, 1991:
"
Ao pensar em interdisciplinaridade, podemos pensá-la sob dois aspectos. Um que
se refere à intenção do professor e suas potencialidades; e um outro às
características do conteúdo estudado. Quanto ao professor, podemos pensar que a
interdisciplinaridade se constrói a partir do modo como ele vê o mundo, de sua
vivência, sua experiência, seu envolvimento e principalmente de seu
conhecimento sobre o conteúdo em questão.. Ter uma atitude interdisciplinar,
portanto, é ter uma mudança de concepção de ensino por que vem quebrar uma
estrutura de ensino secular, fundamentada no isolamento das disciplinas, que
orientava o papel do professor como se cada matéria não tivesse relação com as
outras".
Hoje, sentimos que por meio da
interdisciplinaridade podemos aprofundar em reflexões e assim compreender
melhor a prática docente, transformando-a cada vez mais.
Por tudo isso é que o
"interdisciplinar" provoca "atitudes de medo e recusa"(
Japiassu, 1994). Porque constitui uma inovação.
Essas inovações podem ser através da
educação global, com aprendizagens transformadoras no currículo integrado por
atividades globalizadas das unidades de trabalho, onde escolhe-se um assunto e,
através deste, trabalha-se Comunicação e Expressão, iniciação a Ciências e
Integração Social.
O Centro de Interesse, também é um
método globalizado permitindo ao aluno liberdade, individualidade, dando o
máximo de autonomia para agir de acordo com seus gostos e necessidades, sendo
seu interesse movido pela ação de observar (olhando, tocando, analisando).
Um Centro de interesse permite ao professor ter uma visão geral do que determinado tema permite explorar na medida que é praticado.
Destacamos aqui, a contribuição
referente a Metodologia de Projetos, sendo uma atividade que se desenvolve
diante de uma situação problemática, concreta, real, com tema de investigação
de livre escolha do aluno e que busca soluções práticas.Um Centro de interesse permite ao professor ter uma visão geral do que determinado tema permite explorar na medida que é praticado.
Segundo
MORAES e RAMOS (1988):
"...o
projeto é uma atividade em que o aluno
envolve-se voluntariamente, fixa a finalidade de seu trabalho, decide sobre
como conduzi-lo, tendo sempre em vista um fim prático e relacionado ao meio
natural ou social em que vive. Isto implica na participação mental constante do
aluno, em ter sua mente permanentemente voltada para determinado fim".
Essa metodologia pode ser trabalhada
em uma ou mais disciplinas, estimulando projetos disciplinares ou
interdisciplinares, bem como pode ser aplicada para desenvolver programas ou
para estimular a criatividade dos alunos, permitindo que eles desenvolvam
projetos de sua inteira iniciativa.
Assim, na ação unificadora do conhecimento resgata-se na relação homem-mundo a possibilidade de serem educadas as novas gerações numa outra perspectiva de ensino.
Assim, na ação unificadora do conhecimento resgata-se na relação homem-mundo a possibilidade de serem educadas as novas gerações numa outra perspectiva de ensino.
Enquanto prática pedagógica na
cultura escolar, entendemos que a ação do currículo integrado nas modalidades
da forma interdisciplinar, centros de interesse, metodologia de projetos e
globalização dos conteúdos, podemos construir coletivamente o saber, ao buscar,
juntos, o novo, o risco, a descoberta, o diálogo, a troca, o conhecer, deixando
que cada um assuma a sua prática dentro dos próprios limites de uma educação
global nas diferentes formas de pensar e de agir.
Textos:
- JAPIASSU, Hilton. A
questão da interdisciplinaridade. Revista
Paixão de Aprender. Secretaria Municipal de Educação, novembro, n°8, p.
48-55, 1994.
- As origens da modalidade de
currículo integrado de Santomé.
- Fragmento de "Planejamento:
globalização, interdisciplinaridade e integração curricular" de Maria
Luisa Xavier .
- SILVA, Luiz Heron da. A escola
cidadão no contexto da Globalização. Petrópolis, Vozes, 1998.
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