Assistindo
o curta "Escolas democráticas", deparei-me com uma realidade vista em
muitas escolas, desvelando o desinteresse dos alunos.
Inúmeras são as relações e causas
permeando tal questão presente no cotidiano da escola, ou seja, o aluno
receptor de conteúdos que não acompanham a sua realidade e sem respaldo e
significação para seus anseios.
O curta demonstra que o conhecimento
a ser tratado nunca deve ser compartimentado e estanque, pois leva a
desmotivação e o descontrole educacional com posturas autoritárias e
reprodutivistas. Percebi que essas consequências são bastantes problemáticas e
negativas para a prática educativa.
Mas, é possível superar esses
obstáculos com um currículo escolar complexo, englobante e vinculado aos
aspectos da vida na família e na sociedade, instrumentalizando os sujeitos para
acompanhar os avanços do mundo/meio em que vivem, primando pela capacidade de
investigação e constantes experiências. Assim a proposta pedagógica poderá ser
sustentada na epistemologia genética piagetiana (estágios do desenvolvimento),
no sociointeracionismo vygotskiano (relações sociais) entendendo-se que tais bases teórico-epistemológicas
sirvam como fio condutor do processo ensino-aprendizagem de forma
significativa, efetivando-se na prática pedagógica e na convivência entre ambas
as partes.
Esta seria então, uma Escola
democrática focada naquilo que é relevante, atuando em medidas sincronizadas de
responsabilidades envolvendo toda a comunidade escolar na construção de um
currículo com realismo e gosto de vida, demonstrando que não somos personagens
passivos nesse processo, somos fabricados e nos fabricamos em nossas
descobertas.
Bobbit (1918) referia-se ao
currículo como "aquela série de coisas que as crianças e os jovens devem
fazer e experimentar a fim de desenvolver habilidades que os capacitem a
decidir sobre assuntos da vida adulta".
Caswell (1950) transita da noção de
que "currículo escolar abrange todas as experiências do aluno sob
orientações do professor" (enfoque psicopedagógico) para o enfoque
sociológico, entendendo por currículo "tudo o que acontece na vida de uma
criança, na vida de seus pais e de seus educadores. Tudo o que cerca o aluno em
todas as horas do dia, constitui matéria para o currículo".
Currículo passa a ser compreendido
como o Ambiente em Ação onde se efetiva a construção do conhecimento e a
relação de aprendizagem e desenvolvimento, através de uma atitude cultural e interdisciplinar,
feitas em razão das condições refletidas no comportamento, no pensamento e na
organização educacional de uma Escola democrática.
Referências
Bobbit, Franklin. The curriculum. Boston, Houghton Mifflin
Company, 1918.
BOBBITT, John
Franklin. O currículo. Lisboa: Didática, 2004.
Caswell, Holus L. Curriculum improvement in public school systems. New
York, Columbia University, 1950. Citado por Sperb, Dalilla C. Problemas
gerais de currículo. Porto Alegre, Globo, 1972. p. 46.
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