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Interdisciplinaridade: do ponto de vista
metodológico, tem como característica fundamental as relações subjetivas e, a
partir delas, a possibilidade da troca contínua de experiências, condição
indispensável para a educação permanente.
Diante desse contexto, entende-se que a
“abordagem interdisciplinar” no estudo sobre a infância nos remete ao diálogo
da Sociologia da Infância e a sua abertura para o campo emergente dos Estudos
da Infância.
A interdisciplinaridade está no coração da
Sociologia da Infância brasileira, bem como a sua vinculação com uma proposta
consciente de emancipação das crianças de meios populares. A ameaça sobre a
infância está profundamente articulada com as desigualdades sociais bloqueando
as relações que poderia haver se estabelecido entre as propostas sociais e as
realidades e ações culturais, políticas e produtivas, que os envolvidos vivem e
realizam sendo eles os antropólogos, sociólogos e pedagogos. Portanto o
programa investigativo da Sociologia da Infância efetivamente empenhado nas
demandas da criança, mas consciente de que esse programa só é emancipador se
estiver veiculado à ampliação dos direitos sociais e, nomeamento, dos direitos
das crianças, poderá converter as ações em remédio para muitos males do que os
que estão ao seu alcance curar e que lhe são específicos na intervenção social,
ou seja, a problemática é agravada se considerado for que somos mais
consumidores e reprodutores de modelos e discursos, do que produtores de
idéias, conceitos e teorias praticáveis.
Mesmo restrita pela cultura social
existente e pela reprodução social, seu poder de agência lhe garante a
capacidade de influenciar direta ou indiretamente na alteração de padrões
sociais estabelecidos e provocar transformações micro e macrossociais. Um dos
elementos fundamentais da reprodução interpretativa são as rotinas culturais,
que fornecem condições para que a sensação de segurança da relativa
previsibilidade do dia-a-dia surja e garanta o favorecimento da percepção, da
interpretação e da intervenção do sujeito sobre o mundo social que se
apresenta.
“Dessa forma, rotinas culturais servem
como âncoras que permitem que os atores sociais (crianças) lidem com a
problemática, o inesperado e as ambiguidades, mantendo-se confortavelmente no
confinamento amigável da vida cotidiana”. (CORSARO, 2011, p.16)