Trabalhar
com crianças pequenas demanda do professor um real interesse por suas falas,
atenção aos seus movimentos, gestos e demais ações expressivas, buscando sempre
um maior entendimento de sua perspectiva de ver e pensar o mundo, desenvolvendo
uma atitude investigadora, interessada e curiosa em relação ao seu
desenvolvimento e aprendizagem.
A fala da criança traz o seu modo
próprio e particular de pensar e ele não pode ser confundido com um falar
aleatório.
O desenvolvimento da linguagem está
associado à existência e a maturação de centros cerebrais, sem os quais ela não
poderia se desenvolver e de estimulações exteriores. As funções psíquicas são
constituídas à medida que são utilizadas, sempre na dependência do legado
cultural da humanidade e do marco da cultura em que se vive.
Quanto mais se sabe sobre a forma
pela qual as crianças estabelecem relações entre as coisas, sobre a sua
perspectiva particular de pensar, mais se tem certeza de que as mesmas estão
continuamente tentando compreender o mundo em que vivem, tentando ampliar o que
sabem dele, verbalizando suas ideias e percepções na busca de confirmação para
prosseguir ou parar a elaboração de suas hipóteses. Atribuir intenção
comunicativa a todas as enunciações das crianças, mesmo àquelas para as quais
não há um sentido imediato; desvendar e resgatar as relações por trás das
palavras é a maior contribuição para que prossigam em suas buscas.
Atividade:
Usar a linguagem
oral para conversar, brincar, comunicar-se, relatar suas vivências em situações
de interação presentes no cotidiano e expor seu ponto de vista, é uma
valorização da interação e do diálogo por excelência. Dialogar supõe ver e
ouvir o interlocutor, no caso, a criança, de acordo com as características que
lhe são próprias.
As atividades
verbais são importantes para conduzir a criança a expressar-se com desinibição,
espontaneidade e se fazer entender.
A linguagem oral poderá ser
trabalhada através de conversas informais, conversas dirigidas, produção de
histórias, hora da novidade, jornal falado, comentários de histórias,
dramatizações, etc.
Exemplo:
1- Poderemos
ler uma história, mostrar as cenas, e perguntar:
*O
que está acontecendo?
*O
que aparece na cena?
*O
que vocês acham que vai acontecer depois desta cena?
*Se
vocês fossem o personagem principal o que você faria?
*Quantos
personagens tem nessa história?*Qual o nome dos personagens?
2-
Todos fechem os olhos e imaginem uma história, a professora deverá escutar cada
um e tentar ajudar o aluno, que apresentar dificuldade. Propor dramatizar a
história com fantoches.
Assim, podemos refletir que a
importância da linguagem não reside apenas nas possibilidades de comunicação e
inserção social. Ela faz parte da constituição de diferentes operações
intelectuais e da memória.
Para as crianças, não só os humanos
podem falar, pensar, ter sentimentos, mas também as plantas, animais, pedras,
objetos e todo o mundo inanimado, o que torna possível que esses seres também
falem e sintam. Por isso, o reconto de histórias conhecidas, se torna um
recurso apropriado para trabalhar a linguagem oral, buscando aproximação das
crianças com as características narradas e descrição dos personagens, cenários
e objetos, com a ajuda, quando necessário. Assim, as ideias e teorias que as
crianças criam para compreender e explicar o mundo são sempre bastante originais
em diferentes situações comunicativas.
AROEIRA,
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