segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Racismo: Um problema de todos e uma realidade passível de mudanças.

Na educação brasileira, a ausência de uma reflexão sobre as relações raciais no planejamento escolar tem impedido a promoção de relações interpessoais respeitáveis e igualitárias entre os agentes sociais que integram o cotidiano da escola e suas famílias. O silêncio sobre o racismo, o preconceito e a discriminação racial nas diversas instituições educacionais contribui para que as diferenças de fenótipo entre negros e brancos sejam entendidas como desigualdades naturais. Mas do que isso, reproduzem ou constroem os negros como sinônimos de seres inferiores.
Não há como negar que o preconceito e a discriminação raciais constituem um problema de grande monta para a criança negra, visto que essa sofre direta e cotidianamente maus tratos, agressões e injustiças, os quais afetam a sua infância e comprometem todo o seu desenvolvimento intelectual. A escola e seus agentes, os profissionais da educação em geral, têm demonstrado omissão quanto ao dever de respeitar a diversidade racial e reconhecer com dignidade as crianças e a juventude negra.
O racismo e seus derivados no cotidiano e nos sistemas de ensino não podem ser subavaliados ou silenciados pelos quadros de professores (as). É imprescindível identificá-los e combatê-los. Assim como é pungente que todos (as) educadores (as) digam não ao racismo e juntos promovam o respeito mútuo e a possibilidade de se falar sobre as diferenças humanas sem medo, sem receio, sem preconceito e, acima de tudo, sem discriminação.
O conflito e a discriminação raciais na escola não se restringem às relações interpessoais. Os diversos materiais didático-pedagógicos (livros, revistas, jornais, entre outros) utilizados em sala de aula que, em geral, apresentam apenas pessoas brancas com e como referência positiva, também são ingredientes caros ao processo discriminatório no cotidiano escolar. Quase sem exceção, os negros aparecem nesses materiais apenas para ilustrar o período escravista do Brasil-Colônia ou, então, para ilustrar situações de subserviência ou de desprestígio social.
Buscar soluções para esses problemas não é um trabalho apenas em favor dos alunos (as) negros (as), representa um trabalho em favor de todos (as) os (as) brasileiros (as), quer sejam pessoas pretas, pardas, indígenas, brancas ou amarelas.
 

 

 

sábado, 18 de novembro de 2017

Cultura X Currículo X Educação


As mudanças culturais chegam às escolas através dos currículos, mas apenas na medida que se plasmam em práticas concretas, ou seja, a escolarização dominante em um projeto cultural diferente, implica um constante esforço para decodificar as condições da escolarização, porque sem transformação não há possibilidades de mudanças curriculares ou culturais, já que ao currículo está ligada uma forma de estruturação das escolas.
A cultura chamada popular, muitas vezes proposta como fundamento de uma educação para o povo, parte de mistificações românticas a respeito desse povo e foi tomada, às vezes, como fonte dos conteúdos dos currículos a serviço dos interesses do povo. A cultura popular é vista como um produto genuíno, anônimo e coletivo não adulterado.
Mas, como disse Sebreli (1992), não se pode falar de criações culturais coletivas propriamente ditas, confundindo-se a origem de uma determinada elaboração com o fato de ela ser assimilada coletivamente.
A intermediação didática, como disse Forquin (1989) impõe a emergência de configurações cognitivas específicas, os típicos saberes escolares, que adquirem uma dinâmica própria e são capazes de sair do âmbito escolar, chegando a ser parte da cultura popular.
É bom tomarmos consciência de que esta cultura é mais elaborada e o saber possui agentes culturais mediadores, como os professores, os livros e demais materiais didáticos.
Os processos de interação com o ambiente externo é o que mantém os alunos como indivíduos e a escola como mediadora entre a qualidade cultural e a pedagogia transformadora.
Portanto, o que se busca é a construção de um repertório básico referente à pluralidade cultural, suficiente tanto para identificar o que é relevante para a situação escolar como para buscar outras informações que se façam necessárias. Essa informação deverá também contribuir na constituição da memória coletiva do aluno, bem como na identidade nacional que se reconstrói a cada dia.

domingo, 12 de novembro de 2017

O olhar sobre as Necessidades Especiais

As pessoas com necessidades especiais, ao longo dos tempos, foram vistas pela sociedade de várias maneiras e sob diferentes enfoques, ou seja, foram consideradas conforme as concepções de homem e de sociedade, valores sociais, morais, religiosos e éticos de cada momento histórico.
Conforme as colocações da médica Izabel Maior, hoje a história segregativa no mundo e no Brasil atua como influenciadora da postura social que temos. As práticas preconceituosas de nossa sociedade refletem essa história massacrante e limitante da pessoa com necessidades especiais, pois somos resistentes a mudanças.
De acordo com a médica devemos nos reinventar, conhecer o outro onde as diferenças existem. A vida se renova constantemente e, nessa renovação, ocorrem as mudanças, os retrocessos e os avanços.
O importante é ressaltar que o individuo com necessidades especiais, seja deficiência física, cognitiva ou TGD, tem uma maneira especial de se desenvolver, uma maneira diferente, e não uma variante numérica do desenvolvimento normal.
O olhar crítico para a discriminação das pessoas portadoras de deficiências revela, com muita clareza, que nenhuma sociedade se constituí bem-sucedida, se não favorecer, em todas as áreas da convivência humana, o respeito à diversidade que a constitui. Esses indivíduos tem direito a uma vida digna em todas as etapas de sua existência, sendo elas nas condições de qualidade física, psicológica, social e econômica.
TGD
Costuma-se dizer que a grande dificuldade da criança com Transtornos Globais do Desenvolvimento é a social, sendo que esta acarreta consequências significativas na vida e na aprendizagem deste indivíduo.
O autismo é um transtorno definido por alterações presentes antes dos três anos de idade e que se caracteriza por alterações qualitativas na comunicação, na interação social e no uso da imaginação.
Para poder ajudar os alunos autistas, é fundamental que a família e amigos os tratem normalmente, tentando entendê-los em sua forma de ser e assim tentar ajudá-los, propiciando tratamento em todas as áreas que precisem. O tratamento é basicamente feito com reabilitação: psicologia, terapia ocupacional, fonoaudiologia, escola, fisioterapia, musicoterapia, etc.
Não tenho experiência em relação a esse tema, mas quando desenvolvi um projeto em sala de aula sobre " As diferenças existem", trabalhei com vários tipos de discriminações em relação as inclusões e através da leitura do livro "Miguel", da editora Salamandra, conheci essa história abordando sobre o autismo.
Um breve relato...
Miguel era diferente das outras crianças da escola. Desligado, sempre atrasado, ele parecia alheio a tudo o que acontecia, vivendo num universo só dele. Mas Miguel, na verdade, era um pequeno cientista, cheio de planos e sonhos. Para ele, os modelos e padrões tradicionais de aprendizagem de nada serviam: sua mente estava sempre em busca de novidades. Como lidar com a criança que não se interessa pelas propostas escolares, mas tem os olhos abertos para o mundo? O livro possibilita uma bela reflexão sobre esta realidade, apontando para a necessidade de repensarmos o nosso modelo atual de escola.

sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Educação Especial


A partir do século XIX, tempo de grandes descobertas no campo da medicina, da biologia e da saúde, passou-se a estudar os deficientes de modo a procurar respostas para seus problemas. Assim, começou o que se chama de segregação institucional: o  deficiente era tratado como um doente em alguma instituição. Excluídos da família e da sociedade, portadores de deficiências eram acolhidos em asilos de caráter religioso, muitas vezes passando ali toda sua vida. Ao mesmo tempo, foram surgindo algumas escolas especiais e centros de reabilitação, pois a sociedade começava a admitir que deficientes poderiam ser produtivos se recebessem treinamento adequado.
No Brasil, o atendimento especial aos portadores de deficiência começou oficialmente no dia 12 de outubro de 1854, quando D.Pedro II fundou o Imperial Instituto dos Meninos Cegos, no Rio de Janeiro.
Pouco a pouco, graças a organização como a Sociedade Pestalozzi e a APAE, a questão da deficiência foi saindo do âmbito da saúde - afinal deficiente não é doente - para o âmbito da educação.
A necessidade de uma política de educação especial foi se delineando nos anos 70, quando o Ministério da Educação e Cultura, assumia que a clientela da educação especial é que requer cuidados especiais no lar, na escola e na sociedade.
Afinal, o que era diferente era desconhecido e misterioso, e o desconhecido era fonte de medo. Do medo ao preconceito é um pulo, daí a exclusão absoluta das "pessoas diferentes".
Em 1986, a expressão "alunos excepcionais" foi substituído por "alunos portadores de necessidades especiais".
No aspecto pedagógico, também a escola necessitou adequar-se a necessidade de estudar a inclusão e a exclusão dos sujeitos na Escola.

A integração significa a inserção da pessoa deficiente preparada para conviver na sociedade.
Já a inclusão significa a modificação da sociedade como pré-requisito para a pessoa com necessidades especiais buscar seu desenvolvimento e exercer sua cidadania.
Uma ação educativa comprometida com a cidadania e com a formação de uma sociedade democrática e não excludente deve, necessariamente, promover o convívio com a diversidade, que é marca da vida social brasileira.
Pelo lado das crianças que apresentam necessidades especiais, o convívio com as outras crianças se torna beneficio, na medida em que representa uma inserção de fato no universo social, e favorece o desenvolvimento e a aprendizagem, permitindo a formação de vínculos estimuladores, o confronto com a diferença e o trabalho com a própria dificuldade,
 

domingo, 5 de novembro de 2017

Autismo x Inclusão


Para ajudar os alunos autistas na inclusão escolar , é fundamental que a família e amigos os tratem normalmente, tentando entendê-los em sua forma de ser e assim tentar ajudá-los, propiciando tratamento em todas as áreas que precisem. O tratamento é basicamente feito com reabilitação de profissionais especializados em psicologia, terapia ocupacional, fonoaudiologia, fisioterapia, musicoterapia e o envolvimento da escola para receber esse aluno.
Antes de tudo, devemos ter certeza de que estamos lidando com um autista e conhecer suas principais características. A família tem que participar deste processo, observando o comportamento da criança que deve servir como sinal nesse diagnóstico.
Assim, poderemos nos organizar para incluir esse aluno na turma: construindo regras bem estabelecidas; manter a sala bem organizada com a mesma distribuição todos os dias dos objetos; manter o máximo possível a rotina da sala e da escola e quando mudar esta rotina devemos prepará-lo anteriormente.
O autista tem tendência a ser insistente, por isso devemos estar preparados para certos imprevistos. O certo é colocarmos o aluno o mais próximo de nós, observando se ele está presente no momento que  iniciar uma atividade.
Em alguns momentos ele irá preferir ficar isolado, pois são bastante apegados ao passado.
As atividades podem ser aplicadas através de recursos visuais, coloridos, que chame a atenção. Seu poder de concentração é pequeno para a realização das atividades.
Mas quando formos falar com nosso aluno autista devemos pedir que ele olhe sempre em nossos olhos.
O autismo não é um distúrbio do contato afetivo, e sim um distúrbio do desenvolvimento.
 

Inclusão escolar: exceção x direito?

A inclusão escolar não é uma exceção no processo educacional, é um direito ao acesso igualitário ao ensino, embora tendo objetivos e processos individuais diferentes.
A Educação Especial, termo cunhado para a educação dirigida aos portadores de deficiência, de condutas típicas e de altas habilidades, é considerada pela Constituição brasileira, como parte inseparável do direito à educação.
Os avanços no pensamento sociológico, filosófico e legal vêm exigindo, por  parte do sistema educacional brasileiro, o abandono de práticas segregacionais que, ao longo da história, marginalizaram e estigmatizaram pessoas com diferenças individuais acentuadas.
Pela Constituição Federal, Capítulo II, Seção I, art.205, "a educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade(...)". Por si, este artigo já valeria para os deficientes. Além disso, o artigo 208, inciso III, reassegura o "(...) atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino".
Por último, a Lei Federal 7.853 dispõe sobre o apoio aos deficientes e sua integração social, definindo o preconceito como crime. Nesse sentido, nenhuma escola regular ou infantil pode recusar, sem justa causa, o acesso do deficiente à instituição. A pena aos infratores é de um  a quatro anos de prisão, além de multa.
 


Parabéns Colegas Pedagogos

Parabéns a todos "Pedagogos" que dedicam cada minuto de suas vidas na arte de educar!                                         O...