As mudanças culturais chegam às
escolas através dos currículos, mas apenas na medida que se plasmam em práticas
concretas, ou seja, a escolarização dominante em um projeto cultural diferente,
implica um constante esforço para decodificar as condições da escolarização,
porque sem transformação não há possibilidades de mudanças curriculares ou culturais,
já que ao currículo está ligada uma forma de estruturação das escolas.
A cultura chamada popular, muitas
vezes proposta como fundamento de uma educação para o povo, parte de
mistificações românticas a respeito desse povo e foi tomada, às vezes, como
fonte dos conteúdos dos currículos a serviço dos interesses do povo. A cultura
popular é vista como um produto genuíno, anônimo e coletivo não adulterado.
Mas, como disse Sebreli (1992),
não se pode falar de criações culturais coletivas propriamente ditas,
confundindo-se a origem de uma determinada elaboração com o fato de ela ser
assimilada coletivamente.
A intermediação didática, como
disse Forquin (1989) impõe a emergência de configurações cognitivas
específicas, os típicos saberes escolares, que adquirem uma dinâmica própria e
são capazes de sair do âmbito escolar, chegando a ser parte da cultura popular.
É bom tomarmos consciência de que
esta cultura é mais elaborada e o saber possui agentes culturais mediadores,
como os professores, os livros e demais materiais didáticos.
Os processos de interação com o
ambiente externo é o que mantém os alunos como indivíduos e a escola como
mediadora entre a qualidade cultural e a pedagogia transformadora.
Portanto, o que se busca é a
construção de um repertório básico referente à pluralidade cultural, suficiente
tanto para identificar o que é relevante para a situação escolar como para
buscar outras informações que se façam necessárias. Essa informação deverá
também contribuir na constituição da memória coletiva do aluno, bem como na
identidade nacional que se reconstrói a cada dia.
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