O tempo na escola: saberes
Se o tempo é uma construção
social em constante mudança, devemos propiciar uma aprendizagem considerando o
tempo de cada criança, seu desenvolvimento e diferenças.
O aluno:
Na faixa etária da Educação Infantil,
muitas experiências demonstram a dificuldade das crianças para conceituar e
entender as noções de tempo. As crianças, em geral, não têm um conceito, uma
definição do que seja ontem ou amanhã. Geralmente, tudo o que se refletir ao
passado será nomeado pela criança pequena como ontem e tudo que se referir ao
futuro como amanhã. Por isso é importante que o professor trabalhe com a
organização da rotina, favorecendo o estabelecimento de marcos temporal para as
crianças. Por exemplo, hoje teremos hora da rodinha e hora da aula de artes
antes do recreio, depois teremos aula de música e realização das atividades e
logo após iremos embora.
Os conceitos de manhã e tarde
também são difíceis para as crianças pequenas. Já o de noite é mais fácil, pois
elas reconhecem que está de noite pela ausência do sol, pela escuridão.
Quando estão na escola, elas
tendem a estruturar a rotina da seguinte forma: antes ou depois do recreio. Só
posteriormente, quando conseguirem assimilar bem a rotina da escola, começarão
a fazer distinções entre momentos dentro dos dois intervalos de tempo
pré-definidos (antes ou depois do recreio). Outro aspecto temporal que causa
conflito nas crianças é a questão da idade, pois, em geral, é relacionada por
elas ao tamanho das pessoas e à data de nascimento. Em geral, associam que
quanto maior o tamanho, maior a idade, o que gera conflitos quando percebem que
as pessoas adultas, mesmo permanecendo do mesmo tamanho, ficam mais velhas.
Sendo assim, atividades significativas
direcionadas as etapas de desenvolvimento da criança, poderão sistematizar
conhecimentos que serão representativos para sua permanência na escola.
O professor:
Na educação se discute muito
sobre o tempo: tempo para cumprir os conteúdos do currículo, tempo para
desenvolver um projeto, tempo para aplicar o plano de aula, tempo para entregar
avaliações, enfim tudo é determinado pelo TEMPO. Mas e o tempo de organizar e
planejar toda essa demanda que a comunidade escolar nos cobra?
A prática pedagógica requer tempo
para refletir, organizar e avaliar nossos saberes, que muitas vezes são
desvalorizados pela sociedade que tem tempo para criticar. Nossas ações sempre
dependerão do tempo que tivermos para realizar um trabalho prazeroso.
Não podemos nos transformar em
prisioneiros do tempo sem antes demonstrar que podemos desafiar o tempo da
atualidade. Permanência em sala de aula
não pode ser considerada como “passar o tempo”, mas pode ser modificado para o
tempo que tenho em sala de aula para criar com meus alunos.