Tradicionalmente,
a educação tem-se focalizado, predominantemente, na transmissão da inteligência
e do conhecimento cognitivo. Esta limitada visão pode comprometer o
comportamento social e emocional das crianças. Nesse contexto Wallon, em sua
teoria psicogenética, dá uma importante contribuição para a compreensão do
processo de desenvolvimento e também contribuições para o processo
ensino-aprendizagem.
Conforme citado no texto (em referência) "Wallon foi o primeiro a levar não só o
corpo da criança mas também suas emoções para dentro da sala de aula.
Fundamentou suas ideias em quatro elementos básicos que se comunicam o tempo
todo: a afetividade, o movimento, a inteligência e a formação do eu como
pessoa. As emoções, para Wallon, têm papel preponderante no desenvolvimento da
pessoa".
A criança não é um ser fragmentado,
é vista como um ser completo e constituinte do meio sociocultural em que vive e
a educação desenvolve a plena realização das potencialidades das crianças, em
uma visão holística que percebe a multidimensionalidade através das emoções e
também no aspecto físico e social. A construção do conhecimento e a perfeita
relação entre o ensino e a aprendizagem dá-se de forma harmônica, colocando a
escola como mediadora a propiciar subsídios para a transformação integral do
ser, desenvolvendo o intelecto sem esquecer o emocional e o social, ou seja,
uma pedagogia humanizada que exterioriza suas emoções e não ignora a
necessidade do desejo da criança que sonha e ama necessitando da afetividade.
Wallon dividiu o desenvolvimento em
fases, nas quais cada uma tem uma atividade predominante, podendo haver avanços
e retrocessos entre elas, sendo: Impulsivo e emocional (0 a 1 ano);
sensório-motor e projetivo (1 a 3 anos); personalismo (3 a 6 anos); categorial
(6 a 11 anos); puberdade e adolescência (acima dos 11 anos); e adulto.
A característica de cada estágio,
sendo identificada pelo professor, permitirá um entrosamento entre
aluno/professor, promovendo um planejar (movimento e ação) através de
experiências vivenciadas em sala de aula, levando a autonomia e fortalecimento
das capacidades e decisões de cada criança com trocas afetivas positivas.
Portanto, a interação do sujeito com o outro e com o objeto de conhecimento é
mediada pela emoção, é ela a responsável pela socialização, pela formação da
personalidade do mesmo e da construção da consciência de si ao interagir com
seu meio.
Wallon defendia a fluidez das
emoções e do pensamento da criança como necessário para o desenvolvimento
completo do mesmo. Por meio da emoção que a criança supera seus desafios e a
dependência do outro e prossegue construindo seu conhecimento, como um sujeito
ativo.
Diante da análise da teoria de Henri
Wallon sobre a afetividade na educação, podemos afirmar que sem motivação fica
comprometida a aprendizagem humanizada aluno/professor, pois não é possível ter
sucesso sem uma forte carga de emoção frente a realidade que envolve a aplicabilidade
e os efeitos dos princípios pedagógicos, em sala de aula, visando o interesse
de todos.
Referências:
Textos:
*Apontamentos sobre a teoria de Henri
Wallon.
*Contribuições de Henri Wallon à
relação cognição e afetividade na educação.